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Título: Mulheres policiais: formação e atuação profissional das primeiras alunas da Academia da Polícia Civil de Santa Catarina (1967-1977)
Autor(es): Casagrande, Maria Aparecida
Orientador(es): Rabelo, Giani
Palavras-chave: Mulheres policiais
Formação profissional
Cultura
Descrição: Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Educação.
Resumo: O presente estudo é resultado da pesquisa desenvolvida no Mestrado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Extremo Sul Catarinense, intitulada “Mulheres Policiais: formação e atuação profissional das primeiras alunas da Academia da Polícia Civil de Santa Catarina (1967-1977)”, em que problematizo, sob a perspectiva das relações de gênero, o processo de formação das primeiras mulheres na ACADEPOL/SC entre os anos de 1967 a 1977, bem como suas trajetórias profissionais ao longo da carreira policial. O estudo foi realizado a partir das seguintes questões norteadoras: O que levou as mulheres a optarem pela carreira policial? Qual o contexto em que ocorreu esse ingresso? Quais suas lembranças sobre o processo de formação? Como as questões de gênero perpassaram os saberes e práticas em seus processos de formação e nas suas trajetórias profissionais? Neste estudo, foram analisados documentos disponíveis na Secretaria de Segurança Pública e na própria ACADEPOL/SC, além da realização de entrevistas com oito alunas que ingressaram na Polícia Civil entre os anos de 1967 até 1977 e participaram dos Cursos de Formação. A construção teórico-metodológica desta pesquisa circunscreve-se no campo da História da Educação, tendo três conceitos centrais: Gênero, Memória e Cultura Escolar. A abordagem qualitativa foi a mais adequada para o estudo, tendo sido a História Oral a principal metodologia empregada para a coleta de dados, permitindo que as alunas se pronunciassem, contando suas vivências e ressignificando suas lembranças. Revisitar as histórias das primeiras alunas que fizeram parte desse cenário foi significativo e revelou múltiplas relações de gênero, desde o ingresso na profissão, durante o Curso de Formação, até a trajetória profissional, possibilitando a elas uma vivência diferenciada para o mundo feminino da época. O estudo permitiu a observação de que as marcas da desigualdade de gênero foram naturalizadas durante os cursos de formação frequentados na ACADEPOL/SC, pelas entrevistas, porém, ficaram mais evidentes no decorrer de suas trajetórias profissionais. De um lado, mesmo reconhecendo as práticas preconceituosas na Polícia Civil, essas mulheres policiais não fizeram o enfrentamento diante das desigualdades, mas encontraram formas de sobreviver, criando subterfúgios para lidar com a cultura masculina. Por outro lado, a presença feminina na instituição policial contribuiu para ressignificar as relações de gênero: quer nos Cursos de Formação, quer nas trajetórias profissionais. Não se pode dizer que houve uma mudança substancial nessas relações, mas é possível afirmar que as mudanças estão em movimento constante. Nesse contexto, a entrada das mulheres no espaço profissional, de domínio masculino histórico, necessariamente não reforça as relações de discriminação e preconceito nas relações de trabalho, mas desafia e contribui para a visibilidade às mulheres num espaço monopolizado pelos homens. A invisibilidade das mulheres é um fator importante na legitimação das desigualdades de gênero. Certamente, para entender essas desigualdades entre o feminino e o masculino, é necessário deixar de olhar somente para as mulheres, mas voltar-se também para os homens, pois a construção dos papéis é relacional.
This study is the result of research undertaken in the Masters Program in the Graduate Diploma in Education from the University of the Extreme South of Santa Catarina, entitled " Police Women: training and professional experience of the first students of the Academy of Civil Police of Santa Catarina (1967 - 1977) ", in which I analyze, from the perspective of gender relations, the process of formation of the first women in ACADEPOL / SC between the years 1967-1977, as well as their professional career in the police. The study was conducted based on the following guiding questions: What led women to opt for police career? What is the context in which it occurred this entry? What are their memories about the training process? How gender issues permeate the knowledge and practices in their processes of formation and in their professional careers? In this study, we analyzed documents available on the Public Security Bureau and at ACADEPOL / SC, as well as holding interviews with eight students who entered the Civil Police in the years 1967 to 1977 and participated in the Training Courses. The theoreticalmethodological of this research is limited in the field of history of education, having three central concepts: Gender, Memory and School Culture. A qualitative approach was the most appropriate for the study, having oral history as the main methodology used for data collection, allowing the students to speak out, telling their experiences and give new meaning to their memories. Revisit the stories of the first students who were part of this scenario was significant and revealed multiple gender relations, since the entry of the profession during the training course to the career path, enabling them a differentiated experience for the female world of the time. The study allowed the observation that the marks of gender inequality were naturalized during the training courses attended in ACADEPOL / SC, the interviews, however, were more evident in the course of their professional careers. On the one hand, while recognizing the practical prejudiced by the Civil Police, the women police did not confront before inequalities, but found ways to survive, creating subterfuge to deal with the male culture. On the other hand, the presence of women in the police institution contributes to reinterpretation of gender relations: either the Training Courses, both in professional careers. One can not say that there was a substantial change in these relationships, but we can say that the changes are in constant motion. In this context, the entry of women in the professional history of male dominance, not necessarily strengthens the relations of discrimination and prejudice in labor relations, but challenges and contributes to the visibility of women in space monopolized by men. The invisibility of women is an important factor in legitimizing gender inequalities. Certainly, to understand these inequalities between male and female, need to stop looking only for women but also for turning men, as the construction of roles is relational.
Idioma: Português (Brasil)
Tipo: Dissertação
Data da publicação: 2013
URI: http://repositorio.unesc.net/handle/1/1923
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