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http://repositorio.unesc.net/handle/1/526
Título: | Moças “invadindo” o espaço masculino: a Escola Técnica da Sociedade de Assistência aos Trabalhadores do Carvão nos anos de 1970 |
Autor(es): | Abel, Jucélia da Silva |
Orientador(es): | Rabelo, Giani |
Palavras-chave: | Ensino técnico Educação feminina Educação profissional de mulheres Diferenças entre sexos |
Descrição: | Dissertação, apresentada ao Programa de Pós-graduação de Educação da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, como requisitos parcial para obtenção do título de Mestre. |
Resumo: | Este texto apresenta o resultado da pesquisa desenvolvida no Mestrado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Extremo Sul Catarinense PPGE/UNESC, intitulada Moças “invadindo” o espaço masculino: a Escola Técnica da Sociedade de Assistência aos Trabalhadores do Carvão nos anos de 1970. A Sociedade de Assistência aos Trabalhadores do Carvão (SATC) foi criada em 1959, por iniciativa da Indústria de Extração de Carvão Mineral da Região Carbonífera de Santa Catarina, para atender os trabalhadores do carvão, tanto no campo assistencial, com o objetivo de amenizar os problemas decorrentes do crescente desenvolvimento na região, quanto no campo de assistência educacional, para qualificar mão de obra para o mercado de trabalho. Somente em 1975 foi que a Escola abriu suas portas para a inserção de mulheres, num espaço até então predominantemente masculino – o que se constitui no tema desta pesquisa. Este estudo objetivou investigar a presença das primeiras alunas que ingressaram nos cursos técnicos da SATC no início da década de 1970. Para desenvolver o tema foram estabelecidas algumas questões norteadoras: O que levou os gestores da SATC a decidirem pela inserção das mulheres nos cursos técnicos ofertados a partir de 1970? Como os documentos oficiais da SATC registraram esse acontecimento? O que fundamentou essa ação institucional? Quais os discursos que sustentaram essa política de inserção das mulheres? Quais as motivações das primeiras alunas para o ingresso na Escola Técnica? Quais regras e disciplinas foram instituídas pela Escola Técnica após a entrada das primeiras alunas? Como foi a relação das alunas com professores e colegas? Como foi o ingresso no mercado de trabalho? Para esse estudo, foram analisados documentos, publicações e notícias acerca do tema, além da realização de entrevistas com três gestores, um professor e quatro das nove primeiras alunas que se matricularam na SATC em 1975. Estudos sobre memória, história oral, relações de poder e gênero fundamentaram a metodologia de pesquisa e a presente análise, possibilitando inferir que a inserção das mulheres no espaço predominantemente masculino da SATC, configurou-se como um processo de “invasão”, motivado principalmente por questões econômicas. Os discursos registrados nos documentos oficiais da escola evidenciaram que tal decisão foi motivada pela abertura do mercado de trabalho para a mão de obra feminina, mas, deixa fortes indícios de que a questão econômica também influenciou, uma vez que, existia uma preocupação com o baixo número de matrículas realizadas ano anterior. Não houve novas regras com a entrada das mulheres, mas, a pesquisa constatou que a vigilância, justificada pelo cuidado com a sexualidade, já que a relação com os colegas era cercada de namoricos, foi fortemente ampliada. A resistência permeou pela relação com os professores, bem como, com o mercado de trabalho, que era fundamentado pela divisão sexual do trabalho. Diante disso, podemos dizer que esse processo mesmo cercado por barreiras, transgressões, resistências, restrições e desigualdades, significou para as mulheres e para a sociedade um avanço no que diz respeito às relações de gênero. Marcado por rupturas e acompanhado por conflitos, foi um processo que abriu as portas da educação e do mercado de trabalho, após a década de 1970, para inúmeras outras mulheres. This paper presents the results of research carried out for the Master’s Program in Graduate Education at Universidade do Extremo Sul Catarinense PPGE/ UNESC entitled Women "Invading" the Male Space: Technical School of the Coal Workers Assistance Society in the 1970s. The Coal Workers Assistance Society (SATC) was established in 1959 as an initiative of the Extraction of Coal Industry of the Santa Catarina Region to support coal workers, providing both social care with the objective of alleviating problems arising from the increasing development in the region, and educational assistance in order to qualify labor for the labor market. It was not until 1975 that the school opened its doors to include women, in an area hitherto predominantly male - constituting the theme of this research. This study aimed to investigate the presence of the first female students who enrolled in SATC’s technical courses in the early 1970s. In order to develop the subject, some guiding questions were established: What led the managers of SATC to decide to include women in technical courses offered since 1970? How was this event recorded in the official documents of SATC? What were the institutional reasons for the action? What discourses supported the policy of inclusion of women? What were the motivations of the first students to join the Technical School? What rules and regulations were imposed by the Technical School after the entry of the first female students? How was the relationship between female students, teachers and classmates? How was the entry of women into the labor market? For this study, documents, publications and news on the subject were analysed, and interviews with three managers, one teacher and four of the first nine female students who enrolled in the SATC in 1975 were carried out. Studies on the basis of people’s memory of the events, oral history, power relations and gender founded the methodology of this research and analysis, allowing the inference that the inclusion of women in the predominantly male space of SATC, presented as a process of "invasion," was primarily driven by economic issues. The speeches recorded in the official documents of the school showed that the decision was motivated by the opening of the labor market for female labor, however they also showed ample evidence that the economic issue was a factor, since there was concern in regard to the low number of enrollments the previous year. There were no new rules with the entry of women, however the research found that surveillance, which was justified by regard for sexuality as relationships with colleagues were surrounded by flirtation, was greatly increased. Resistance permeated the women’s relationships with teachers and labor market as well, the labor market being founded on sexual division of labor. Thus, we can claim that although the process was surrounded by barriers, transgressions, resistances, and inequality constraints, for women and the society it meant a step forward with regard to gender relations. In spite of being marked and accompanied by disruption and conflict, it was a process that opened the doors of education and labor market for many other women after the 1970s. |
Idioma: | Português (Brasil) |
Tipo: | Dissertação |
Data da publicação: | Jul-2012 |
URI: | http://repositorio.unesc.net/handle/1/526 |
Aparece nas coleções: | Dissertação (PPGE) |
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