Use este identificador para citar ou linkar para este item:
http://repositorio.unesc.net/handle/1/3495
Título: | Educação em língua materna de quem? O descendente europeu em Orleans (SC) no contexto da política nacionalista de Vargas (1930) |
Autor(es): | Alves, Andréa Andrade |
Orientador(es): | Back, Angela Cristina Di Palma |
Palavras-chave: | Estudo e ensino da língua portuguesa Língua materna História da educação Identidade cultural |
Descrição: | Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Extremo Sul Catarinense-UNESC, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Educação. |
Resumo: | O propósito desta investigação é o de compreender o processo de ensino-aprendizagem da língua portuguesa pelo descendente de imigrante europeu residente no município de Orleans (SC) no contexto da implantação da política nacionalista do Governo Getúlio Vargas, a partir da década de 1930, em que houve a proibição do uso da língua materna do imigrante e obrigatoriedade da aprendizagem da língua portuguesa. Diante do exposto, tomamos como contribuições, para o delineamento das discussões teóricas e aplicabilidades metodológicas, os estudos de Payer (1999), Spinassé (2008) e Santos (2008). A partir disso, abordamos inicialmente as consequências da vinda dos imigrantes europeus ao Brasil, nos séculos XIX e XX, discutidas por Fausto (2005), Seyferth (2000; 2002) e Zamberlam (2000); a implantação da política nacionalista de Vargas, com base nas proposições de Fausto (1996; 1997) e Campos (1998), por exemplo; a constituição étnica do município de Orleans (SC), nos estudos de Lottin (1998; 2002; 2009) e Dall´Alba, (1996; 2003) e, por fim, a implantação e norteamento da educação no referido município até o momento específico da implantação da politica nacionalista. Nesse contexto, a investigação proposta assumiu a perspectiva sócio-interacionista de língua, por entendê-la enquanto fenômeno social e cultural, que revela identidades de um povo ou nação. Por tanto, competiu-nos, primeiramente, trazer à baila as concepções de cultura delineadas por Cuche (1999), Geertz (1978), Hall (1997; 1998; 2005), Laraia (2001), Ribeiro (1995) e Veiga-Neto (2003). A partir das concepções de cultura apresentadas, associadas à língua, o nosso compromisso esteve em abordar o conceito de língua a partir do interacionismo, fazendo as devidas conciliações com a sociolinguística, assim como a língua enquanto fator de identidade cultural. Para tanto, a fundamentação passou pelas perspectivas de Bakhtin (1981; 1986; 1997; 1998; 2006), Bagno (2007), Bortoni-Ricardo (2004; 2005), Back (2000; 2008), Labov (1966; 1968; 1972), entre outros. Os métodos de pesquisa escolhidos foram Documental e História Oral, com abordagem qualitativa. Sobre a Pesquisa Documental, embasamo-nos em pressupostos delineados por Marconi e Lakatos (1990), com análise de conteúdo defendida por Calado e Ferreira (2004). Nesse método, analisamos seis documentos dos arquivos do Museu ao Ar Livre de Orleans Princesa Isabel – MALOPI, selecionados para compor o corpus. O método de História Oral teve as orientações de Freitas (1998). Portanto, para a coleta de dados, fizemos uso da técnica de entrevista, por meio de dois instrumentos: o questionário de pré-entrevista e o roteiro de entrevista, aplicados com sujeitos entre as faixas etárias de 68 a 91 anos, das etnias alemã, italiana, leta e polonesa, residentes no município de Orleans (SC) e que vivenciaram o momento histórico posto à análise. Os resultados obtidos por meio da análise dos documentos selecionados apontam indícios da implantação da política nacionalista no município ocorrida anterior ao governo Vargas, e mesmo diante o período político em questão, as ações de proibição do ensino na língua do imigrante não foram em sua plenitude, cumpridas, pela existência, ainda na década de 1930, do ensino em língua materna (do imigrante). Nas análises dos dados obtidos com as entrevistas, averiguamos que a maioria dos sujeitos fazia uso da língua materna, tanto na escola quanto em outras esferas sociais. Com a implantação da política nacionalista, essa realidade modificou-se na escola, porém a família ainda persistia no uso (na oralidade) da língua materna. Atualmente, os sujeitos participantes da pesquisa pontuaram que as características culturais de suas identidades étnicas se perpetuaram, não com igual fortalecimento de quando eram crianças, no entanto, ainda valorativas no âmbito social, principalmente nas manifestações que identificamos da língua, sobretudo quando abordavam temas que perpassavam alimentação e religiosidade. |
Idioma: | Português (Brasil) |
Tipo: | Dissertação |
Data da publicação: | 2015 |
URI: | http://repositorio.unesc.net/handle/1/3495 |
Aparece nas coleções: | Dissertação (PPGE) |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Andréa Andrade Alves.pdf | Dissertação | 2,05 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.