A formação inicial da porfessora e do professor de biologia: narrativas das(os) recém-formadas(os) sobre estágios supervisionados

Abstract

Esta pesquisa fez parte do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unesc na linha de pesquisa Formação e Gestão em Processos Educativos. O objetivo geral da pesquisa estruturou-se em compreender a percepção de professoras(es) de biologia, egressas(os) recém-formadas (os), sobre sua formação inicial a partir dos estágios supervisionados; para isso, elencamos objetivos específicos: refletir sobre a formação inicial da(o) professora ou professor numa perspectiva crítica e progressista; identificar qual o lugar dos componentes curriculares específicos da licenciatura e dos estágios supervisionados na formação inicial de biologia; identificar o valor que a(o) professora ou professor recém-formada(o) atribui aos componentes curriculares específicos da licenciatura para a sua formação docente e, dentro destes, o estágio; conhecer a vivência dos estágios supervisionados destas(es) professoras(es). A defesa que fizemos aqui é da formação inicial docente na perspectiva crítica/progressista com a base teórica de Paulo Freire. A professora Bernardete Gatti e o professor António Nóvoa foram os principais teóricos que fundamentaram as especificidades das licenciaturas. O público alvo da pesquisa foram professoras(es), recém-formadas(os) com até cinco anos de atuação na docência, egressas(os) de uma universidade do sul catarinense. A pesquisa teve a abordagem qualitativa, do tipo empírica e documental. O instrumento de coleta de dados foi a entrevista semiestruturada e para a análise documental o Projeto Pedagógico do Curso - PPC 2016 e 2019 da universidade em questão. A análise dos dados, decorrentes das entrevistas, partiram de categorias pré estabelecidas: lugar dos componentes curriculares e do estágio; valor dos componentes curriculares e do estágio; e vivências dos estágios. Como resultado da análise do PPC sugerimos que seja observada a carga horária conforme as diretrizes vigentes; que a formação crítica fundamentada nos conceitos freirianos, conforme descrito no próprio documento, fique mais explícita na formação; que a unidade teoria e prática se entrelaçassem, assim como os componentes pedagógicos, específicos e gerais se complementassem, e que principalmente o PPC se definisse como firmador da identidade docente. As entrevistas evidenciam de forma explícita a fragmentação curricular que separa a unidade teoria e prática e valoriza a dicotomia bacharelado e licenciatura. Outras questões destacadas foram a baixa atratividade das(os) jovens para os cursos de licenciaturas; o pouco tempo para a realização dos estágios; e a importância da atuação em parcerias entre escolas e universidades para possibilitar o sentimento de segurança das(os) estagiárias(os) durante os estágios. Para análise dos dados contamos com os aportes teóricos Pimenta, S, G., Lima, M. S. L., Guedin, E., Oliveira, E. S. e Almeida, W. A., que trazem a sugestão do estágio curricular supervisionado como um componente central presente desde o início do curso, como atividade teórica, que produz conhecimento, realizada através da pesquisa, o estágio com pesquisa, o qual possibilita a(o) licencianda(o) oportunidades de reflexão, criticidade e autonomia na atuação profissional.