Reaproveitamento e destinação da torta do filtro prensa proveniente do tratamento de efluente da mineração de carvão

Abstract

O presente trabalho realizado em uma carbonífera localizada em Treviso/SC, visa o estudo para o reaproveitamento dos resíduos sólidos gerados, a partir do beneficiamento de carvão. O processo gera uma grande quantidade de resíduos sólidos, o que estimula a busca para o aproveitamento destes resíduos. No processo de separação do minério, uma grande quantidade de água é utilizada e para minimizar o uso, a mesma é reciclada em circuito fechado, separando-se os sólidos. A fim de atender às legislações e diminuir impactos ambientais, a água utilizada no processo anterior passa por um tratamento e atende todos requisitos mínimos de lançamento de efluente e, consequentemente, é gerado um lodo que é denominado torta do filtro prensa. Este rejeito será reaproveitado na fabricação de blocos cerâmicos vazados, utilizando-o em percentuais predeterminados. Todo esse resíduo gerado no filtro prensa tem como fim os depósitos de rejeitos da empresa, onde tem um custo de transporte e descarte. O reaproveitamento tem como finalidade diminuir estes custos, além da redução de exploração dos recursos naturais (argila) que são a principal matéria-prima utilizada na confecção de cerâmica vermelha. Para alcançar os objetivos foram realizadas caracterizações físico-químicas do resíduo e da argila. Após realizar alguns processos de preparação da matéria-prima que será utilizada para confecção dos corpos de prova, tal como secagem, moagem e peneiramento, aplicou se as seguintes formulações: 100% de argila, 5%, 10%, 20% e 40% de resíduo. Os mesmos foram extrudados no laboratório do grupo de materiais cerâmicos do IPARQUE e queimados em um forno a rolo. Por fim os corpos de provas foram submetidos a análises de absorção de água, retração linear após queima, cor de queima e resistência mecânica à flexão. Os resultados demonstraram que com adição de 20% de rejeito as propriedades de resistência a compressão e absorção de água melhoraram quando comparados aos corpos de prova de controle; enquanto que a retração linear após queima piorou em todas as composições em referência aos corpos de prova de controle.