Análise de combustível utilizado em uma empresa de revestimento cerâmico e sua interferência na qualidade do ar e no produto final

Abstract

A cerâmica nasceu no período mesolítico aproximadamente 5 a 10 mil anos atrás sendo que hoje o Brasil é um dos maiores produtores, exportadores e consumidores de revestimento cerâmico do mundo. No seu processo produtivo as indústrias cerâmicas necessitam gerar calor para remover a água da barbotina utilizando combustíveis fósseis para este fim e com isto acabam gerando efluentes gasosos na qual precisa de tratamento antes da emissão na atmosfera. Atualmente a principal fonte de poluição atmosférica é a queima de combustíveis fósseis. O objetivo do presente trabalho é avaliar as características dos combustíveis utilizados na indústria de revestimento cerâmico e sua interferência na qualidade do ar e no do produto final. Para atingir o objetivo do trabalho a metodologia consistiu em realizar o levantamento histórico de resultados do monitoramento das emissões atmosféricas, que a empresa realizou nos anos de 2013 a 2020, avaliou-se as características dos combustíveis utilizados e relacionou suas emissões atmosféricas com a qualidade do produto final, para isso, levantou-se dados de defeitos nas peças cerâmicas ocorridos no período de um ano. Houve também a quantificação dos poluentes emitidos no ano em estudo assim como avaliou-se se os equipamentos de controle de poluição atmosférica estavam atendendo a legislação vigente. Dos estudos realizados verificou-se que a empresa não apresentou resultados fora do padrão exigido pelas legislações vigentes. Que suas emissões tem um padrão de lançamento para todos os poluentes, sendo emissão de SO2 uma média de 111,81 mg/Nm³ para as três linhas, SO3+H2SO4 uma média de 13,53 mg/Nm³ para as três linhas, SOx uma média de 142,29 mg/Nm³ para as três linhas, NOx uma média de 140,15 mg/Nm³ para as três linhas e NO2 uma média de 21 mg/Nm³ para as três linhas. Com relação a interferência do combustível com a qualidade do revestimento cerâmico, verificou-se que houve um aumento no número de defeitos no setor da “Massa” para as Linhas 1 e 2 após a troca de combustível, sendo a contaminação da massa o defeito de maior volume e frequência, ocorrendo um pico de defeitos no mês de janeiro para a Linha 1. Para a Linha 3 onde não houve troca de combustível também se observou o aumento no número de defeitos, sendo que o defeito mais corriqueiro era nas retificas no ano de 2020 e no ano de 2021 passou a ser contaminação da massa. Com o estudo também foi possível averiguar que os lavadores de gases estão atendendo a demanda para emissões atmosféricas e sua eficiência está dentro do esperado.