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Título: Rio Carvão e Rio Maior: paisagens, rios e comunidades
Autor(es): Tonetto, Gilberto
Orientador(es): Ladwig, Nilzo Ivo
Palavras-chave: Paisagens – Carvão, Rio, Bacia (SC)
Paisagens – Maior, Rio, Bacia (SC)
Bacias hidrográficas
Solo – Uso – Planejamento
Descrição: Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais – Mestrado da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), como requisito para a qualificação de Dissertação de Mestrado.
Resumo: A paisagem assume papel de catalisar todos os elementos que a compõem, do material ao imaterial, entretanto, a água representada pelo rio é o elemento mais simbólico. O rio é o fio condutor na pesquisa que objetivou analisar as paisagens das bacias hidrográficas dos rios Carvão e Maior numa perspectiva histórica e cultural. Da confluência desses dois rios nasce o rio Urussanga, que segue com esse nome até desaguar no Atlântico. A metodologia baseou-se na pesquisa qualitativa e adotou uma mescla de procedimentos e instrumentos guiados principalmente pela geografia cultural. Iniciou-se pelo arcabouço teórico-conceitual, depois a coleta de dados com entrevistas e estudo de campo e, por fim, a análise dos dados à luz da fundamentação teórica. Identificou-se que as paisagens possuem uma mesma base histórica que as caracterizam. Primeiro, tinha-se as paisagens condicionadas aos usos e ocupações dos povos indígenas, os Laklãnõ-Xokleng. A partir do final do século XIX, período da colonização efetuada por imigrantes italianos, uma nova paisagem começa a surgir. Sobreposta à paisagem que existia, os colonizadores foram deixando suas marcas com sua cultura. Essa ruptura na paisagem impacta em todos os recursos naturais e teve, na derrubada da mata para a plantação de lavouras e no uso dos rios com a força motriz, uma nova configuração da paisagem perdurando por certo tempo. Este caminho é o mesmo nas áreas inseridas nas duas bacias hidrográficas. Com desenvolvimento das atividades econômicas veio um novo elemento na vida e na paisagem da região, a mineração de carvão que impacta diretamente e indiretamente em todas as comunidades. A bacia hidrográfica do rio Carvão teve parte de suas terras exploradas pelas atividades do carvão, já a bacia do rio Maior não, porém, muitas pessoas foram trabalhar na nova atividade econômica, abandonando ou deixando as atividades ligadas à terra em segundo plano. Essa foi uma outra ruptura estabelecida na paisagem, com a mudança na dinâmica sociocultural. Com o passar do tempo, as atividades carboníferas dominaram economicamente o cenário regional, o carvão se tornou o principal produto. No entanto, esse novo paradigma deixou um rastro de degradação ambiental nas paisagens, vistos sobretudo, na água. Percebida pelos moradores, a recuperação das áreas com passivos ambientais é preocupação forte nas duas bacias hidrográficas, mesmo a bacia do rio Maior que não sofreu com a mineração de carvão. Questões como preservar as encostas, nascentes e cachoeiras também apareceram com destaque. No que tange aos elementos que guardam a memória das paisagens, a pesquisa aponta diversos elementos, materiais e imateriais, que devem ser salvaguardados como patrimônio. Construções ainda preservadas, outras abandonadas, celebrações religiosas e histórias que passam de geração em geração compõem e caracterizam a paisagem nas comunidades. Indica-se ser possível valorizar esse patrimônio por meio de instrumentos legais associados a estudos mais aprofundados. Contudo, sugere-se a implementação de painéis interpretativos alocados em pontos estratégicos identificando os patrimônios e elementos já consolidados. Os painéis podem estar interligados por uma rota, tendo o rio como fio condutor, a referência para deslocamento de turistas e/ou outras atividades científicas e educativas.
Idioma: Português (Brasil)
Tipo: Dissertação
Data da publicação: 2021
URI: http://repositorio.unesc.net/handle/1/9096
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