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Título: Trabalho e resistência: a experiência subordinada de avicultores no sul catarinense (1990-2016)
Autor(es): Jung, Gilvani Mazzucco
Orientador(es): Zanelatto, João Henrique
Co-orientador: Estevam, Dimas de Olivera
Palavras-chave: Avicultores – Santa Catarina
Experiência social
Integração avícola
Economia agrícola
Descrição: Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioeconômico da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Socioeconômico
Resumo: Esta dissertação problematiza as relações sociais e de trabalho entre avicultores integrados e frigoríficos na mesorregião do Sul Catarinense (1990-2016). A partir de Thompson (1981), o termo chave é experiência, ou seja, a transformação das relações sociais por intermédio do processo de modernização conservadora da agricultura. A instalação de frigoríficos, granjas de suínos e aves a datar de 1970 no Sul Catarinense é resultado do desdobramento do complexo agroindustrial de suíno/aves catarinense, incentivos estaduais e federais, além da disponibilização, por parte do poder público municipal, de suporte para o desenvolvimento da atividade econômica e outras instituições públicas. Os processos que permitiram a reprodução social dos agricultores na região, como fornecedores de matéria-prima (fumo, aves e suínos), está assentado na subordinação para o capital agroindustrial, que dita a configuração dos estabelecimentos rurais, o ritmo de trabalho, repassa e se apropria dos custos de produção inerentes à organização do trabalho peculiar da produção familiar na agricultura. A unidade produtiva de Forquilhinha, no qual a AgroEliane instalou o projeto de abate de frangos no ano de 1977, a Agrovêneto, de Nova Veneza, instalada em 1997, e a Tramonto, de Morro Grande, instalada em 2006, monopolizaram a produção de aves na região, determinando a relação de trabalho com os estabelecimentos avícolas. No decorrer da construção das plantas industriais, avicultores se transferiram para os frigoríficos de Nova Veneza e Morro Grande, pois a configuração de três grupos econômicos possibilitou deslocar a condição de subordinação do trabalho. Desse modo, as granjas excluídas da unidade de Forquilhinha por meio das exigências de investimento ou sob condição de fechamento foram reintegradas com a abertura de novas vagas em Nova Veneza, o mesmo acontecendo com a unidade de Morro Grande. Entretanto, a baixa remuneração e as constantes exigências produziram o efeito de engendrar mobilizações coletivas: a primeira nos anos de 2004/2005 e a segunda em 2008, ambas desarticuladas pelo poder do patronato do frigorífico e pela articulação do capital com cargos eletivos nos municípios da região. A terceira mobilização se constituiu na Associação dos Avicultores do Sul Catarinense (AVISUL), articulada a partir de 2013, momento do controle das três unidades produtivas do Sul Catarinense pela JBS. A transnacional JBS chegou na região no ano de 2012-2013, motivada pela expansão de suas atividades no setor de aves e buscando lucros, por isso, a ação truculenta do capital colocava a caminho a estratégia de cortar direitos dos trabalhadores dos frigoríficos e impor a redução dos custos agrícolas, reduzindo renda e excluindo granjas. No transcorrer dos fatos, a JBS não acatou as principais reivindicações da AVISUL, como reajuste de valores, revisão dos desligamentos de avicultores, imposição de mecanismos de remuneração e contratos. Assim, a JBS fechou qualquer espaço de diálogo coletivo por meio do cerceamento do movimento organizado, exercendo pressão e exclusão dos membros da associação do quadro de integrados – e ainda deslegitima a luta dos avicultores até a data da escrita deste trabalho.
Idioma: Português (Brasil)
Tipo: Dissertação
Data da publicação: 2018
URI: http://repositorio.unesc.net/handle/1/5782
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