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Título: Papel da via ß-Amilóide-Rage na disfunção cognitiva tardia na meningite bacteriana
Autor(es): Moreira, Ana Paula
Orientador(es): Barichello, Tatiana
Co-orientador: Pizzol, Felipe Dal
Palavras-chave: Meningite bacteriana
Meningite - Complicações e sequelas
Barreira hematoencefálica
Estresse oxidativo
Memória de habituação
Peptídeos opióides
Descrição: Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, para a obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde.
Resumo: A meningite ocasionada por Klebsiella pneumoniae tornou-se recentemente uma causa cada vez mais comum de infecção no sistema nervoso central, sendo esta caracterizada por uma intensa reação inflamatória. As doenças neurodegenerativas compartilham mecanismos comuns diretamente associados à agregação patológica de proteínas, como depósitos de fibras de amiloide em regiões vulneráveis do SNC, causando morte neuronal. O peptídeo amilóide induz a geração de EROs, prejudicando os sistemas antioxidantes celulares e é capaz de desencadear a ativação RAGE, o qual medeia uma série de eventos, incluindo a inflamação e dano oxidativo. A interação do receptor RAGE com seu ligante (β-amilóide, por exemplo) é capaz de estimular múltiplas vias de sinalização intracelular, incluindo a ativação e a translocação para o núcleo do fator de transcrição NF-B, que leva à produção de citocinas, quimiocinas, moléculas pró-inflamatórias, moléculas de adesão e estresse oxidativo, causando inflamação. Este estudo traz a hipótese de que durante a meningite bacteriana ocorre a ativação do eixo -amilóide-RAGE, causando assim, dano cognitivo a longo prazo e que o uso do inibidor de RAGE pode prevenir o dano cognitivo a longo prazo. Após a indução da meningite, os animais foram divididos em grupo sham e meningite, e foram eutanasiados em 1, 3 e 10 dias para avaliar o peptídeo β-amilóide, a expressão de RAGE e os níveis de HMGB-1 nas estruturas cerebrais. Os animais pertencentes ao grupo 10 dias, receberam antibioticoterapia, foram divididos em 3 grupos experimentais, sham, meningite e meningite+Ac-RAGE, e foram submetidos aos testes comportamentais. Em 1 dia após a indução, não foi encontrado diferença na expressão de -amilóide, RAGE e níveis de HMGB1. Em 3 dias, foi observado um aumento na expressão de RAGE no hipocampo e córtex pré-frontal no grupo meningite. Em 10 dias, foi observado que a expressão de -amilóide, RAGE e níveis de HMGB1 estavam aumentados em todas as estruturas do grupo meningite em comparação ao grupo sham, e que nos animais que receberam o tratamento com Ac-RAGE, esses estavam diminuídos ao comparar com o grupo meningite. Nos testes comportamentais os animais do grupo meningite demonstraram dano a memória de habituação e reconhecimento, estretanto, os animais pertencentes ao grupo que recebeu tratamento com Ac-RAGE, não apresentaram danos a essas memórias. Neste estudo, demonstrou-se que a infecção por K. pneumoniae desencadeia a ativação do eixo -amilóide-RAGE, aumentando os níveis de -amilóide, RAGE e HMGB1, causando assim, dano cognitivo a longo prazo. Contudo, mais estudos precisam ser realizados para elucidar melhor cada fase dessa ativação e compreender melhor o papel da via -amilóde-RAGE em doenças infeciosas, bem como o papel das doenças infecciosas nas doenças neurodegenerativas.
Idioma: Português (Brasil)
Tipo: Dissertação
Data da publicação: 2017
URI: http://repositorio.unesc.net/handle/1/5227
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