Construção e validação de um protocolo de identificação correta do paciente para a promoção da segurança em unidade de pronto atendimento

Abstract

Introdução: A Política Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), instituída em 2013, foi criada com o objetivo de promover a redução de riscos de danos associados ao cuidado de saúde em um nível minimamente aceitável. Esses danos podem variar desde doenças e lesões até sofrimento, incapacidades e morte. A segurança do paciente é um componente essencial da qualidade do cuidado, que ganhou relevância global, destacando-se como uma prioridade para pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde. Em especial, os prontos atendimentos (PAs) se configuram como importantes dispositivos de cuidado no sistema de saúde, nos quais a agilidade e a eficiência são essenciais devido ao elevado fluxo de pacientes. No entanto, a dinâmica desse espaço de cuidado pode aumentar o risco de falhas assistenciais, comprometendo a segurança do paciente. Para mitigar esses riscos, a PNSP enfatiza a necessidade de protocolos e normas assistenciais bem estabelecidos e implementados, como, por exemplo, o protocolo de identificação correta do paciente, que é essencial em PAs, para que se garanta o atendimento de forma oportuna ao paciente correto. Objetivo: construir um protocolo assistencial para identificação correta do paciente no pronto atendimento municipal de Forquilhinha. Método: o produto foi o próprio protocolo de identificação do paciente construído e validado junto a equipe da secretaria de saúde municipal e da equipe de saúde do estabelecimento, de acordo com sua realidade de trabalho para que fosse utilizado em seu cotidiano. Dentre as etapas do projeto esteve a pesquisa de Cultura de Segurança do Paciente, que foi efetuada através do questionário HSOPSC 1.0 (Hospital Survey on Patient Safety Culture) através da plataforma E-Questionário de Cultura de Segurança Hospitalar, com análise estatística descritiva. Resultados: a pesquisa de cultura de segurança do paciente revelou fragilidades em alguns aspectos da cultura de segurança, como frequência de eventos notificados e respostas não punitivas a erros; a construção do protocolo de identificação do paciente buscou contemplar aspectos relativos ao serviço destinado, com contribuição da gestão local e profissionais atuantes, sendo validado pelos mesmos. Além disso, foram realizados encontros com os profissionais do PAM para debate sobre a segurança do paciente, apresentação dos resultados da pesquisa de cultura de segurança, discussões e capacitação para aplicação do protocolo em sua realidade de trabalho. Considerações finais: O desenvolvimento de um protocolo de identificação do paciente e a pesquisa de cultura de segurança do paciente no serviço oportunizou ampliação de conhecimentos sobre a temática, abrindo espaço para discussões do tema no pronto atendimento municipal e gestão. Esse processo de criação e capacitação gerou aplicabilidade do produto no cotidiano diário do serviço, trazendo impactos positivos para a gestão do cuidado no pronto atendimento municipal, como a ampliação da segurança nos processos assistenciais, trazendo benefícios aos pacientes, profissionais e gestores.