Interação entre amnésia, consumo de álcool e a qualidade do sono na saúde mental em jovens adultos

Abstract

Nos últimos anos, o consumo de álcool tem aumentado no mundo todo, sendo atualmente considerado um grande problema de saúde pública. Este consumo aumenta ainda mais durante a transição para a universidade e permanece ao longo de toda a graduação. Os adultos jovens são considerados uma população de risco para uso de álcool e suas consequências, podem acabar abusando de substâncias, como meio de escape e alívio de tensões. A Amnésia Induzida por Álcool (AIA) é uma consequência relativamente comum e séria do consumo excessivo de álcool. A ocorrência generalizada de AIA entre jovens representa uma séria preocupação de saúde pública para jovens adultos, tanto pelos efeitos diretos neurocognitivos que o AIA pode causar no cérebro em desenvolvimento. O melhor entendimento destes aspectos e de seus fatores associados é muito importante para o conhecimento tanto a respeito da qualidade da saúde mental da população jovem, quanto também o seu impacto na saúde pública, além de colaborar no desenvolvimento de estratégias preventivas e ações que possam reduzir estas consequências. Portanto, o objetivo foi investigar a interação entre a qualidade do sono e do ritmo biológico e eventos relacionados à amnésia alcoólica com o padrão de uso de álcool em adultos jovens. Estudantes foram avaliados através de um estudo observacional transversal quantitativo. Participaram os acadêmicos regularmente matriculados no curso de Medicina, campus Goianésia entre 2022 e 2023. O questionário foi composto por informações relacionadas ao consumo de álcool, à AIA, análise de ritmo circadiano, qualidade do sono e seus fatores associados. Foram avaliados parâmetros associados ao consumo de álcool, comportamento tipo depressivo e memória. Os resultados permitiram não somente o entendimento das consequências do perfil de consumo abusivo de bebidas alcoólicas, bem como projetar iniciativas para as soluções relacionadas à saúde e qualidade de vida dos adultos jovens. Os resultados obtidos evidenciaram que indivíduos jovens (18 a 24 anos) que apresentam níveis de ansiedade, episódios de amnésia alcoólica após o binge drink, com a qualidade de sono prejudicada, possuem um comportamento de risco para o uso abusivo de álcool. A taxa do uso de álcool no presente estudo foi de aproximadamente 68,8% sendo cerca de 6% para os que apresentam alto risco, o que pode ser explicado pelas mudanças que o início da universidade proporciona, principalmente para jovens na faixa entre 18 e 24 anos. Assim, os achados devem servir para subsidiar o desenvolvimento de estratégias preventivas específicas para essa população, ampliando também o conhecimento sobre o comportamento de adultos jovens quanto à exposição a esse comportamento de risco. Diante desta constatação, fica claro que se faz necessário implementar medidas de cunho preventivo no âmbito universitário. Entre estas medidas introduzir efetivamente o debate sobre o uso abusivo de álcool, os fatores associados e os efeitos especialmente junto a esta população.