Itinerários terapêuticos dos familiares para o cuidado em saúde mental de crianças e adolescentes em Criciúma estado de santa Catarina, Brasil

Abstract

Introdução: A atenção as pessoas com sofrimento mental é um desafio atual dos sistemas de saúde, em especial as crianças e adolescentes. Os familiares são os responsáveis pela busca do tratamento infantojuvenil e exercem um papel importante na identificação do sofrimento psíquico. Inúmeras são as dificuldades para garantia da saúde mental pública adequada a essa população que tem como fim ultimo o tratamento o Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi). Objetivo: analisar o itinerário de cuidado em saúde mental a partir do olhar de familiares de crianças e adolescentes atendidos no CAPSi da cidade de Criciúma, estado de Santa Catarina, Brasil Métodos: trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa tendo como olhar teórico metodológico para o objeto investigativo os preceitos dos itinerários terapêuticos e da teoria da subjetividade. Foi realizado no município de Criciúma, estado de Santa Catarina com18 familiares e ou responsáveis de crianças e adolescentes. A coleta de dados foi realizada entre os meses de 15/10/2021 a 30/11/2023, por meio de entrevistas semiestruturadas e como fonte complementar analise de prontuários. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo com o auxílio do software Atlas.ti 23, estruturada em três fases: pré-análise, exploração do material, interpretação dos resultados. Os aspectos éticos foram respeitados tendo parecer do comitê de ética favorável com número 5.011.505. Resultados os achados demonstram que os caminhos percorridos pelos familiares de crianças e adolescentes na busca pelo cuidado em saúde mental depende da concepção do ser criança e adolescente; Influências do contexto; compreensões sobre o sofrimento psíquico; modelo de cuidado; bem com indica desafios no cuidado em saúde mental de crianças e adolescentes. Os itinerários terapêuticos revelaram que as concepções de infância e adolescência acaba sendo um fator que interfere no reconhecimento do sofrimento psíquico e na escolha do modelo de cuidado adotado. Os conflitos nas relações interacionais familiares influenciaram no cuidado em saúde mental, os quais somente buscaram auxilio mediante a manifestação desconforto ou necessidade não atendida. As práticas de cuidado são prioritariamente respaldadas no modelo biomédico foram as mais adotadas e as preferidas pelos familiares, que sinalizaram dificuldades dos dispositivos de saúde no auxilio as necessidades em saúde mental. Conclusão: A busca pela atenção em saúde mental de crianças e adolescentes é uma tarefa complexa sendo influenciada por vários fatores como 7 crenças, valores, contexto social, econômico e cultural que por sua vez influência nas escolhas das formas de cuidado frente ao sofrimento psíquico. Ainda se torna necessário uma maior aproximação do CAPSi dos seus familiares bem como fortalecimento de ações intersetoriais dentro do modelo psicossocial para melhoria da Rede de Atenção Psicossocial em Saúde e efetivação da integralidade do cuidado.