Estudo de mecanismo de inibição da reação álcali-agregado e de autocicatrização em concreto

Abstract

Apesar de o concreto ser um dos materiais mais utilizados no mundo, ainda existem muitas manifestações patológicas que podem ser relacionadas ao projeto, à execução e à seleção dos materiais constituintes. Entre essas manifestações patológicas estão as fissuras provocadas pela reação álcalis-agregado (RAA), fenômeno químico que desenvolve um gel sílico-alcalino de caráter expansivo a partir da reação da sílica presente no agregado com os íons alcalinos da pasta cimentícia. Os mecanismos de colmatação das fissuras patológicas que surgem no decorrer do processo da RAA foram estudados inicialmente a partir de um traço de argamassa de referência especificado pela ABNT NBR 15577-3:2018 para escolha do agregado inócuo e o reativo. Posteriormente, foi utilizado o traço de concreto especificado pela ABNT NBR 15577-7:2018 e da reatividade dos seus constituintes. Medidas comparativas de expansão do traço de argamassa foram realizadas variando o tipo de agregado: (i) agregado potencialmente reativo com a pretensão de provocar o desenvolvimento de fissuras patológicas pela reação álcalis-agregado e (ii) agregado inócuo para o estabelecimento de um traço de referência sem qualquer reação expansiva. Para além do fator reatividade dos agregados, estes foram utilizados com granulometria miúda e graúda. A partir do traço de argamassa para o qual se comprovou a geração de fissuras (uso de agregados reativos), foram dosados os traços de concreto e moldadas as barras para os ensaios de expansão. Com esses concretos, foram realizadas adições de aditivos minerais cristalinos para a observação da colmatação das fissuras. Com a comparação entre o traço de concreto com e sem agregado reativo, observou-se que o mecanismo de colmatação ocorrido por meio da cicatrização autógena ligada a causas químicas apresentou, aos 56 dias de idade, uma redução da expansão nas barras de concreto com a adição de aditivo cristalino.