Disputas em torno da manutenção e/ou retirada do Petit Pavé em Criciúma (2010-2020)

Abstract

O petit pavé é um piso formado por pedras portuguesas e utilizado a partir de 1977 na pavimentação de todas as calçadas nos principais logradouros públicos da cidade de Criciúma/SC, incluindo a Praça Nereu Ramos, bem como, no atualmente no denominado, Parque Altair Guidi. Formando desenhos em comemoração ao centenário da cidade, as obras públicas da virada dos anos 1970 para a década de 1980 foram a apoteose da construção da cidade de características modernas, importante marco histórico. Em 2011, uma batalha judicial se fez necessária a fim de preservá-lo, sendo movida uma ação civil pública junto ao Ministério Público de Santa Catarina pela permanência e manutenção do mesmo na Praça Nereu Ramos..No entanto, apesar de toda a discussão promovida, o trabalho para remodelar a praça e ruas adjacentes, culminou na mudança e substituição da calçada, até então existente, pelo paver em diversos pontos da área central. Em 2020, com as obras de Revitalização do Parque Centenário mais uma vez viu-se a desintegração e remoção desse importante elemento constituinte da identidade criciumense, financiado novamente pelo poder público local e sua atual gestão, o qual deveria ser o principal agente de sua preservação. Nosso objetivo, é, portanto, investigar e analisar as diferentes posições, disputas e interesses representados nas mídias locais acerca do petit pavé, desenvolvendo uma ação crítica acerca da mesma, sendo analisadas, para tanto, jornais, charge, blogs, parecer técnico, fotografias, relatórios, entre outros, publicados entre o período de 2010 a 2020. Como objetivo geral buscou-se a dar visibilidade, evidenciar e compreender os diferentes discursos, tanto para a permanência quanto para a não manutenção e retirada do Petit pavé na cidade, evidenciando sua substituição para o paver como elemento de modernidade. As análises dos dados foram realizadas por meio de análise de conceitos chave, fundamentais para a compreensão do assunto, como: memória, identidade, patrimônio e modernidade.