Análise da alocação dos custos indiretos: estudo em uma indústria alimentícia

Abstract

Dentre os métodos de custeio existentes, um dos mais utilizados é o custeio por absorção, pois atende a legislação fiscal e os princípios da contabilidade. Porém, este método recebe algumas críticas em relação à escolha dos critérios de distribuição dos custos indiretos de produção. Diante disso, este artigo tem como objetivo analisar o reflexo da adoção de diferentes critérios de rateios para distribuição dos custos indiretos aos produtos em uma empresa do segmento alimentício. Para tanto, foi empregada pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa e realizada por meio de estudo de caso em uma indústria de alimentos. O estudo contemplou as 3 principais linhas de produtos que representaram 86,20% da produção média do período analisado. Os resultados apontaram que: a) o principal custo dos produtos se refere aos custos diretos com matéria-prima, embalagem e mão de obra; b) o critério de rateio utilizado não é o mais assertivo, pois considera a distribuição com base da produção em quilos; c) com base nos dados da empresa os custos indiretos representaram R$ 0,44 por quilo de produto fabricado, porém ao considerar a depreciação do ativo imobilizado da empresa tem-se um acréscimo de R$ 0,12 por quilo; e, d) a distribuição dos custos indiretos com base nos custos diretos, mão de obra e matéria-prima, apresenta reflexo no custo unitário das linhas de produtos analisadas. Conclui-se que o método de Custeio por Absorção é válido também para fins gerenciais, principalmente, nas empresas em que os custos diretos ainda são mais expressivos. Contudo, nesta pesquisa foi possível evidenciar a importância de classificar os custos e despesas adequadamente e o uso da departamentalização para que seja possível obter informações mais fidedignas e próximas da realidade da empresa, no intuito de subsidiar os processos decisórios.