Estudo da disponibilidade hídrica na Bacia do Rio Mãe Luzia pelo método de regionalização de vazões

Abstract

A gestão sustentável dos recursos hídricos tem implicado na elaboração de leis e regulamentos, a nível nacional e internacional, que implicam em melhor gerenciar a utilização da água. A aplicação dessas leis fundamenta-se em critérios e parâmetros estabelecidos pela ciência da hidrologia, em especial a avaliação da disponibilidade hídrica de bacia hidrográfica. Este trabalho objetiva avaliar a disponibilidade hídrica na bacia do rio Mãe Luzia por meio da regionalização de vazão por abordagem anual e sazonal. Como objetivos específicos têm-se: caracterização morfométrica das sub-bacias de drenagem; determinação de funções hidrológicas para estabelecimento da disponibilidade hídrica, e estabelecimento de curva de permanência de vazão. A área de estudo é localizada no extremo sul catarinense e engloba partes dos municípios de Treviso, Siderópolis, Criciúma, Nova Veneza, Maracajá, Meleiro e Forquilhinha. Através do ArcGIS®, software para Sistemas de Informações Geográficas, a bacia do rio Mãe Luzia foi delimitada em cinco regiões hidrologicamente homogêneas (sub-bacias) para determinação da caracterização morfométrica. Dados de chuva foram utilizados de cinco estações para determinação das variáveis hidrológicas: vazão média de longo termo, vazão média mensal, vazão específica, vazão mínima mensal (com base na Q7;10) e a curva de permanência. Com base nos índices primários extraídos a partir do mapa georreferenciado, referente à morfometria da área, as sub-bacias apresentaram aspectos hidrológicos semelhantes. Através dos dados gerados de Q7-10 e Q90, é possível dizer que a subbacia do rio Cedro possui 1258 L.s-1 disponíveis para diferentes tipos de uso, assim como a sub-bacia do rio São Bento com 911 L.s-1, Mãe Luzia (Montante) 1886 L.s-1, Mãe Luzia (Jusante) 494 L.s-1 e Sangão 829 L.s-1. A partir de dados fluviométricos da estação Serrinha (sub-bacia rio São Bento) e da estação Forquilhinha (rio Mãe Luzia), foi possível determinar a Qm (4,24 m³.s-1 e 15,98 m³.s-1), respectivamente. A determinação da disponibilidade hídrica se faz um importante estudo para diversas tomadas de decisões, podendo ser na definição da vazão de outorga para usos consultivos (industrial, irrigação, etc.), no estudo de zoneamento de uso do solo, ou até mesmo para estudos referentes ao consumo humano e animal, sendo estes dois últimos de extrema preponderância, pois se tornam os únicos usos permitidos em caso de escassez da água.