Avaliação do uso de psicofármacos e qualidade de vida em uma amostra de estudantes de medicina

Abstract

A saúde mental e a qualidade de vida dos estudantes universitários têm sido objeto de crescente preocupação em todo o mundo, em especial dos estudantes de medicina. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo verificar a prevalência do uso de psicofármacos e a qualidade de vida de estudantes do curso de Medicina de uma Universidade do Sul de Santa Catarina. Para isso foi realizado um estudo observacional transversal, com 287 acadêmicos, que foram estratificados nos períodos inicial, intermediário e final do curso. Os dados sobre psicofármacos foram coletados por questionário desenvolvido pelos pesquisadores e a qualidade de vida foi estimada pelo WHOQOL-Bref. Dentre os resultados foram encontrados que 25,7% dos participantes fazem uso de algum psicofármaco e o domínio com menor escore de qualidade de vida foi o psicológico. Encontrou-se associação entre pertencer ao período intermediário do curso e uso de antidepressivos e hipnóticos. O não uso de antidepressivos e o pertencimento ao período inicial do curso também foi associado estatisticamente. Viu-se que usuários de psicofármacos têm menores escores nos domínios Físico e Relações Sociais, que usuários de ansiolíticos têm menores escores no Domínio Físico e que usuários de antidepressivos têm menores escores nos domínios Físico, Psicológico, e na Qualidade de Vida Geral. Nesse contexto, o presente estudo também constatou que não houve diferença significativa na qualidade de vida dos estudantes nos diferentes períodos acadêmicos e que os estudantes de medicina dessa instituição apresentaram escores superiores de qualidade de vida em relação a outras universidades contempladas pela literatura.