Biomonitoramento do ar com Tradescantia pallida (Rose) D.R. Hunt no município de Morro da Fumaça, Santa Catarina, Brasil

Abstract

As atividades humanas ocasionam diversos tipos de poluição devido a liberação de poluentes. Dentre estas está inclusa a poluição atmosférica. Alguns autores relacionam as principais fontes de poluição atmosférica com a industrialização e a consequente urbanização da humanidade. Sabe-se que as alterações na composição química do ar causam efeitos negativos não somente na saúde humana, mas também em animais e plantas. Em função deste potencial, tal abordagem pode ser utilizada no biomonitoramento do ar. O presente trabalho objetivou avaliar o ar do município de Morro da Fumaça utilizando o bioindicador Tradescantia pallida (Rose) D.R. Hunt. O período de exposição do material foi de cinco meses (junho de 2015 a outubro de 2015), sendo os locais de exposição as Escolas Estaduais Básicas Biázio Maragno (Ponto A) e Vicente Guollo (Ponto B). Após a coleta do bioindicador, o material foi colocado em solução fixadora de ácido acético durante 24 horas, sendo posteriormente levado ao álcool 70%. Para a leitura do material, após a retirada dos estames da inflorescência, três gotas de carmim acético foram colocadas na lâmina. Em seguida, o material era macerado para a lamínula ser colocada. Para que os micronúcleos ficassem visíveis e fixos aos olhos, a lâmina era aquecida com fósforo por sete segundos. Na leitura do material, a contagem era realizada prevendo um número exato de trezentas células tétrades e a presença, se houvesse, de micronúcleos, sendo estes também contabilizados. Os resultados obtidos foram expressos por meio de média e desvio padrão e mediana e mínimo/máximo. As análises inferenciais foram realizadas com um nível de significância α = 0,05 e confiança de 95%. A partir das análises realizadas, as médias e desvios padrões para a presença de micronúcleos foi de 1,31 ± 1,11 no Ponto A (Biázio Marango) e de 1,60 ± 1,38 no Ponto B. Foi verificada uma alteração do ar do município de Morro da Fumaça, visto que o bioindicador utilizado apresentou micronúcleos em uma quantidade elevada quando comparado ao controle negativo. Também houve a influência das condições de tempo, como vento, no aparecimento dos micronúcleos.