Entre linhas e retalhos: as experiências das trabalhadoras/es no sindicato vestuarista de Criciúma e região de 1978 a 1990

Abstract

O trabalho “Entre linhas e retalhos: as experiências das trabalhadoras do Sindicato Vestuarista de Criciúma e Região de 1978 a 1990” estuda a trajetória dos dez primeiros anos desse Sindicato, com intuído de responder como a interseccionalidade se manifesta nas experiências de formação e a atuação desse coletivo. Iniciamos nosso estudo por meio da discussão da diversificação econômica na cidade de Criciúma, e a ampliação industrial ocorrida após a segunda metade do século XX, unida a redemocratização do país, novo sindicalismo, greves e aumento da participação social, esses acontecimentos beneficiaram a instalação do Sindicato Vestuarista no ano de 1979, e sua constituição como categoria combativa. Utilizamos as categorias de experiência, interseccionalidade e classe operária para análise da trajetória do coletivo. Nosso aporte teórico para o conceito de experiência pertence E.P. Thompson, o da interseccionalidade à Patricia Hill Collins e da Classe operária à Elisabeth Souza-Lobo. Nosso objetivo geral se encontra em analisar as experiências interseccionais das/os trabalhadoras/es da Indústria do Vestuário de Criciúma e região, sua relação com o sindicado, iniciando a pesquisa no período de 1978, contexto de criação do sindicato, e percorrendo pela trajetória até os fins dos 1990. Como objetivos específicos, destacamos: Contextualizar o processo de crescimento e a relevância da indústria do vestuário para a economia de Criciúma e região, bem como, a constituição da força de trabalho. Identificar o perfil das/os trabalhadoras/es desse setor com ênfase as relações de gênero, classe e raça, dentre outros, por meio dos dados retirados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), de entrevistas e documentos históricos do Centro de Memória e Documentação (CEDOC) da UNESC. Destacar as experiências no processo de organização das\os trabalhadoras\as do ramo vestuarista na constituição da associação, do Sindicato, e suas lutas através das greves, jornais e filiações. Com a pesquisa, buscamos conhecer a sociedade criciumense por meio da experiência de sua força de trabalho. As mulheres da cidade muitas vezes esquecidas em papeis secundários subvertem a história e reescrevem por meio de suas narrativas.