Repercussões na saúde mental e qualidade de vida de usuários de um centro de atenção psicossocial (CAPS) da região sul de Santa Catarina inseridos em grupos terapêuticos

Abstract

A saúde mental é um aspecto crucial da nossa vida, pois afeta diretamente nossa capacidade de lidar com os desafios diários, manter relacionamentos saudáveis e desfrutar de uma sensação de bem-estar geral. Infelizmente, muitas pessoas enfrentam problemas de saúde mental em algum momento de suas vidas, e isso pode levar ao desenvolvimento de transtornos mentais. Os transtornos mentais são condições que afetam o pensamento, o humor e o comportamento de uma pessoa, interferindo em seu funcionamento diário e bem-estar emocional. Os centros de especialização em saúde mental (CAPS) desempenham um papel fundamental nesse processo. O grupo terapêutico proporciona um ambiente seguro e acolhedor, onde os participantes podem expressar seus sentimentos, receber feedback dos outros membros e aprender estratégias de enfrentamento eficazes. Essa abordagem tem se mostrado muito útil para muitos indivíduos, pois proporciona uma sensação de pertencimento e conexão com os outros. Sabendo disso, este estudo tem como objetivo avaliar neurocognição e a qualidade de vida de usuários que participam de terapias em grupo dentro de um CAPS da região Sul de Santa Catarina. Tratou de uma pesquisa de abordagem quantitativa, com tipo de estudo transversal, exploratória e fez o uso de um questionário sociodemográfico e escalas avaliativas de memória e qualidade de vida, desenvolvia com usuários do CAPS II no sul de Santa Catarina. Como resultado, destacou a predominância de comprometimento cognitivoentre os participantes, classificados em dois grupos (A e B) com e sem essa condição. A análise sociodemográfica revelou a predominância de mulheres, faixa etária entre 50 e 59 anos, baixa escolaridade. Nos determinantes de saúde, o transtorno afetivo bipolar foi prevalente, associado ao uso significativo de neurolépticos e tentativas de suicídio foram mais predominantes. A avaliação dos aspectos cognitivos indicou diferenças entre os grupos, evidenciando o impacto do comprometimento cognitivo em todos os domínios avaliados pelo MoCA. Na avaliação da qualidade de vida, ambos os grupos apresentaram pontuações altas em diversos domínios de capacidade funcional, limitação por aspectos fisicos, aspectos sociais, aspectos emocionais, saúde mental, dor e estado geral de saúde. As falas dos participantes destacaram a importância e benefícios percebidos nos grupos terapêuticos, ressaltando a flexibilidade desses espaços para atender às diversas necessidades individuais. Em conclusão observou a relevância dos grupos terapêuticos como ferramenta vital no tratamento, reconhecendo a singularidade de cada usuário e a necessidade de adaptação das práticas terapêuticas de acordo com suas particularidades.