Hub de transformação digital: proposta de modelagem para centros de inovação catarinenses

Abstract

O tema Transformação Digital (TD) é cada vez mais recorrente em pesquisas na área das Ciências Sociais e nas políticas públicas governamentais, uma vez que, por meio das novas tecnologias digitais, promove vantagem competitiva em escopo, escala e flexibilidade para negócios, assim como desenvolvimento social e econômico. Trata-se da inovação na era digital caracterizada por processos estruturados em dados, em tecnologias digitais que facilitam a inovação em serviços, tornando as organizações mais abertas, acelerando a própria inovação e produzindo a Economia Digital. Os governos, cientes de suas problemáticas e atentos às possibilidades de desenvolvimento, inclusão, geração de emprego e renda que a TD oferece, estão buscando, junto a diversos atores, mecanismos e estratégias para a sua operacionalização. Exemplos de políticas e práticas adotadas na Europa e em outros continentes serviram de base para a proposição das estratégias brasileira e catarinense de inovação e transformação digital. No entanto, o próprio processo de TD continua sendo tema de estudos e discussões, em função de entendimentos divergentes sobre suas formas, etapas, custos e práticas. Diante desse contexto, este estudo tem como objetivo sugerir um modelo de Hub de Inovação Digital que possa atender às características dos Centros de Inovação (CI) Catarinenses com expertise em processos de transformação digital de negócios. Para tanto, foi utilizada como abordagem metodológica uma revisão sistemática da literatura para definir o processo de TD, evidenciando as fases sequenciais para sua execução. Optou-se pela pesquisa documental como método para descrever as políticas públicas europeias, brasileiras e catarinenses voltadas à inovação e à transformação digital. A pesquisa de campo foi empregada para conhecer as práticas europeias aplicadas na constituição dos Digital Inovation Hub (DIHs), mais especificamente em Portugal, com vistas à proposição de um modelo para os CIs catarinenses. Os resultados apresentados mostram que a TD ocorre por meio de fases estruturadas, exigindo em cada uma delas o emprego e domínio de novas tecnologias, mas principalmente de processos estratégicos de gestão. Em Portugal, os DIHs estão alinhados às políticas nacionais e europeias, promovendo o processo de TD, que embora esteja em seu início, já demonstra que esses hubs elevam as competências digitais das organizações, prioritariamente as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) por meio da adoção de novas tecnologias e cultura de gestão voltada ao digital. A análise das atividades desenvolvidas pelos CIs em Santa Catarina mostrou que a maior parte está em fase de consolidação, os quais possuem vocação para o desenvolvimento regional, estão voltados às Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs), articulam atores importantes para a promoção da ciência, da tecnologia e da inovação e parte de suas funções poderiam ser direcionadas à inovação digital. Desse modo, chegou-se à confirmação da tese de que os Centros de Inovação podem ser os promotores da transformação digital dos negócios em Santa Catarina, com a proposição de um modelo para a sua operação.