Impacto da sepse pós-acidente vascular cerebral isquêmico sobre o estresse oxidativo cardíaco

Abstract

O acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) ocorre devido a um bloqueio no fluxo sanguíneo para o cérebro, causando danos ao sistema nervoso. As morbidades mais comuns causadas pelo AVCi são as infecções, como a sepse e o estresse oxidativo decorrente. Esses são conhecidos por causarem comprometimento funcional cardíaco. Portanto, nosso objetivo foi investigar o estresse oxidativo cardíaco causado pela sepse após AVC em ratos e sua relação entre os sexos. Para isso, utilizou-se 96 ratos Wistar machos e fêmeas com 60 dias de vida, divididos em grupos: grupo de controle (sham), de oclusão da artéria cerebral média (MCAO), de sepse com ligação e perfuração cecal (CLP) e divisão desses respectivos grupos em machos e fêmeas. Em seguida, foram submetidos ao modelo experimental de AVCi através da oclusão da artéria cerebral média. Após 7 dias, os animais foram submetidos à sepse pelo modelo de CLP. Depois de 24 horas foram coletados cérebro e coração dos ratos e a partir disso, foram analisados os seguintes parâmetros: nível de edema cerebral, a avaliação do padrão de estresse oxidativo: peroxidação lipídica, dano oxidativo em proteínas, nível de atividade da mieloperoxidase (MPO), determinação da concentração de nitrito e nitrato (N/N) e, por fim, a atividade da superóxido dismutase e da catalase (CAT). Os dados foram analisados quanto à normalidade utilizando o teste de Shapiro-Wilk e para homogeneidade das variâncias usando o teste de Levene. Os dados foram apresentados como média ± DP (desvio padrão) e analisados por ANOVA (análise de variância), seguido de teste post hoc Tukey. Os valores foram considerados significativos quando o valor de p < 0,05. Todas as análises foram executadas utilizando o programa GraphPad Prism versão 8.0. O volume do infarto e edema cerebral foram observados apenas em ratos machos do grupo MCAO+CLP em comparação com MCAO+sham e sobre o escore neurológico ambos os grupos MCAO em machos e fêmeas aumentaram o escore em relação ao sham+sham. Em relação à atividade da MPO e N/N no tecido cardíaco, foi verificado aumento no sexo masculino do grupo MCAO+CLP. Para o dano oxidativo em proteínas, foi observado aumento apenas em animais machos expostos ao MCAO+sham comparado ao MCAO+sham nas fêmeas e em relação à atividade da CAT, a diminuição foi observada no MCAO+CLP em ambos os sexos. Conclui-se, portanto, que os animais submetidos à MCAO foram mais suscetíveis aos efeitos deletérios da sepse verificados no edema cerebral e no estresse oxidativo cardíaco e é dependente do sexo.