Os traumas na infância e as alterações epigenéticas em pacientes com transtorno bipolar

Abstract

A etiologia do Transtorno Bipolar (TB) é multifatorial, onde há interações entre fatores ambientais, neuroquímicos e genéticos que são responsáveis pelo desenvolvimento do transtorno. O trauma na infância e o TB possuem múltiplos aspectos que estão relacionados, como fatores epigenéticos. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar os traumas na infância e as alterações epigenéticas envolvidas nos pacientes com o TB. Foi realizado um estudo transversal do tipo caso-controle avaliando alterações em enzimas epigenéticas entre pacientes bipolares e controles. Para isso, foi realizada na triagem a confirmação do diagnóstico de TB pela SCID-5. Após, foram aplicadas a Escala Young para Mania, Escala de Hamilton para Depressão, Entrevista Estruturada e o Questionário de Trauma (QUESI). Finalmente, foi realizada coletada de sangue periférico para a avaliação da atividade das histonas deacetilase e DNA metiltransferase e a avaliação dos níveis de acetilação das histonas H3 (resíduos de lisina 9 e 14). Ao final do projeto, os resultados permitiram uma melhor caracterização do papel do trauma na infância e das alterações epigenéticas evidenciando que o aumento da atividade do DNA metiltransferase além do aumento do nível da atividade da H3K9 e H3K14 em pacientes bipolares e que os subtipos de traumas possuem forte relação com o início do Transtorno Bipolar.